Conhecimento-emancipação numa escola quilombola O princípio da comunidade e a resistência histórica e atual
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Resumo
Este artigo tem por objetivo promover uma discussão sobre a educação formal das populações racializadas pela colonialidade a partir do contexto de uma escola em território quilombola, situada no Brasil. Assim, propomos uma reflexão acerca do conceito de escola pública, dentro de um contexto histórico, refletindo sobre a tensão entre o pilar da regulação social, constituído pelos princípios do Estado, da comunidade e do mercado; e o pilar da emancipação social, que consiste na racionalidade estético-expressiva das artes e da literatura, a racionalidade instrumental-cognitiva da ciência e da tecnologia, e a racionalidade moral-prática da ética e do direito. Foi utilizado, enquanto estratégia de investigação emergente, o estudo de caso qualitativo, tendo como recolha de dados entrevistas semiestruturadas e análises documentais. Para a realização da análise dos dados, recorreu-se à análise de conteúdo na perspetiva de Bardin (2011), optando pela análise temática para a interpretação das entrevistas. Ponderamos, dessa forma, que há possibilidade de superação da tensão entre a apropriação e a violência sofrida pelas pessoas dos territórios colonizados, a partir do conhecimento-emancipação vinculado às práticas sociais, culturais e políticas dentro do princípio da comunidade
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