Trajetórias educacionais de estudantes universitários com dislexia Entre obstáculos, desvios e novos caminhos
Main Article Content
Abstract
Este artigo tem o intuito de discutir as trajetórias escolares de dois/duas jovens do curso de Psicologia de uma universidade pública do interior do Nordeste do Brasil que manifestaram problemas de leitura e escrita e são diagnosticados com dislexia. Tem como base uma pesquisa que objetivou compreender as trajetórias educacionais desses/as estudantes a partir de suas narrativas autobiográficas. Trata-se de uma pesquisa qualitativa com fundamento na Psicologia Sócio-histórica, que utilizou como método de investigação as narrativas autobiográficas exploradas por meio de uma entrevista em profundidade. A partir da técnica de análise de conteúdo, obteve-se quatro categorias: trajetória educacional; experienciação da aprendizagem; processo de medicalização; e relações interpessoais. Com os resultados, observa-se que a trajetória educacional desses/as estudantes foi cercada por dificuldades que implicaram em questões relacionadas às condições de ensino, às relações familiares e às relações com professores/as. Conclui-se, questionando a medicalização das trajetórias escolares desses/as estudantes e sinalizando a relevância de programas de assistência estudantil que considerem as diversas formas de aprender.
Recebido: 05/06/2020
Aceite: 22/12/2020
Downloads
Article Details
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc-sa/4.0/88x31.png)
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Authors retain copyright, without restrictions, in their articles and grant the journal right of first publication with the work simultaneously licensed under Creative Commons Attribution ShareAlike Licence 4.0 International (CC BY-NC-SA). Readers are free to copy, display, distribute, and adapt an article, as long as the work is attributed to the author(s) and ESC, the changes are identified, and the same license applies to the derivative work. Only non-commercial uses of the work are permitted.
How to Cite
References
Bardin, Laurence (2009). Análise de conteúdo. Edições 70.
Beltrame, Rudinei L., Gesser, Marivete, & Souza, Simone V. (2019). Diálogos sobre medicalização da infância e educação: Uma revisão de literatura. Psicologia em Estudo, 24, e42566. https://doi.org/10.4025/psicolestud.v24i0.42566
Beluce, Andrea C., Oliveira, Katya L., Verdicchio, Luciano H., Maieski, Sandra, & Menck, Amélia L. (2011). Compreensão em leitura em universitários: Estudo comparativo. In Caderno dos trabalhos completos do X CONPE Congresso Nacional de Psicologia Escolar e Educacional (pp. 1260-1273). https://abrapee.files.wordpress.com/2012/02/conpe-trabalhos-completos-anais_x-conpe-final.pdf
Böhm-Carrer, Fabiana, & Lucero, Adrián E. (2018). La alfabetización universitaria y el contacto con las fuentes de información, claves para el aprendizaje en la universidad. Revista Electrónica Educare, 22(2), 259-285. http://dx.doi.org/10.15359/ree.22-2.15
Bueno, Belmira O. (2002). O método autobiográfico e os estudos com histórias de vida de professores: A questão da subjetividade. Educação e Pesquisa, 28(1), 11-30. https://doi.org/10.1590/S1517-97022002000100002
Carvalho, Maria de Lurdes D., Miranda, Carla P. Q., & Correia, Marta A. S. (2019). ‘Pegadas na areia’ de professores ‘caçadores de sonhos’: Duas identidades profissionais em (des)construção. Pro-Posições, 30, e20170051. https://doi.org/10.1590/1980-6248-2017-0051
Chagas, Julia C., & Pedroza, Regina L. S. (2016). Patologização e medicalização da educação superior. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 32(spe), e32ne28. https://doi.org/10.1590/0102-3772e32ne28
Costa, Dóris A. F. (2006). Superando limites: A contribuição de Vygotsky para a educação especial. Revista Psicopedagogia, 23(72), 232-240. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862006000300007&lng=pt&tlng=pt
Decreto n.º 7.234, de 19 de julho de 2010. Dispõe sobre o Programa Nacional de Assistência Estudantil - PNAES. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/decreto/d7234.htm
Forcades i Vila, Teresa (2012). La medicalización de los problemas sociales. Revista Cubana de Salud Pública, 38 (Supl. 5), 803-809. http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0864-34662012000500013&lng=es&tlng=es
Garcia, Rosalba M. C. (1999). A educação de sujeitos considerados portadores de deficiências: Contribuições vygotskianas. Ponto de Vista: Revista de Educação e Processos Inclusivos, 1(1), 42-46. https://periodicos.ufsc.br/index.php/pontodevista/article/view/1519
Galvão, Afonso, Câmara, Jacira, & Jordão, Michelle (2012). Estratégias de aprendizagem: Reflexões sobre universitários. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, 93(235), 627-644. https://doi.org/10.1590/S2176-66812012000400006
Imperatori, Thaís K. (2017). A trajetória da assistência estudantil na educação superior brasileira. Serviço Social & Sociedade, 129, 285-303. https://dx.doi.org/10.1590/0101-6628.109
Isaia, Silva M. A. (1998). Contribuições da teoria vigotiskiana para uma fundamentação psico-epistemológica da educação. In Maria Teresa A. Freitas (Ed.). Vygotsky um século depois (pp. 21-34). EDUFJF.
Inácio, Francislaine F., Oliveira, Katya L., & Mariano, Maria Luzia S. (2017). Estilos intelectuais e estratégias de aprendizagem: Percepção de professores do ensino fundamental. Psicologia Escolar e Educacional, 21(3), 447-455. https://doi.org/10.1590/2175-35392017021311171
Jesus, Karlla V. S. (2019). Dislexia e ensino superior: Os (des)caminhos da trajetória escolar de estudantes universitários [Trabalho de conclusão de curso, Unidade Educacional Palmeira dos Índios]. Universidade Digital, UFAL. https://ud10.arapiraca.ufal.br/repositorio/publicacoes/3066
Lamego, Denyse T. C., & Moreira, Martha C. N. (2019). O diagnóstico como “passaporte” para reconhecimento e significação das experiências na dislexia. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 29(3), e290311. https://doi.org/10.1590/s0103-73312019290311
Leite, Sérgio A. S. (2012). Afetividade nas práticas pedagógicas. Temas em Psicologia, 20(2), 355-368. https://dx.doi.org/10.9788/TP2012.2-06
Massi, Giselle, & Santana, Ana Paula O. (2011). A desconstrução do conceito de dislexia: Conflito entre verdades. Paidéia, 21(50), 403-411. https://doi.org/10.1590/S0103-863X2011000300013
Meira, Marisa E. M. (2012). Para uma crítica da medicalização na educação. Psicologia Escolar e Educacional, 16(1), 136-142. https://doi.org/10.1590/S1413-85572012000100014
Meneu, Ricard (2018). Life medicalization and the recent appearance of “pharmaceuticalization”. Farmacia Hospitalaria, 42(4), 174-179. https://doi.org/10.7399/fh.11064
Moysés, Maria Aparecida A., & Collares, Cecília A. L. (2013). Medicalização: O obscurantismo reinventado. In Cecília A. L. Collares, Maria Aparecido A. Moysés, & Mônica F. Ribeiro (Eds.), Novas capturas, antigos diagnósticos da era dos transtornos (pp. 41-64). Mercado de Letras.
Oliveira, Betty A. (2010). Fundamentos filosóficos marxistas da obra vigotskiana: A questão da categoria de atividade e algumas implicações para o trabalho educativo. In Sueli G. L. Mendonça & Stella Miller (Eds.), Vigotsky e a escola atual: Fundamentos teóricos e implicações pedagógicas (pp. 3-26). Junqueira & Marin; Cultura Acadêmica.
Pinto, Natalia S., Martínez, Ana Isabel M., & Jiménez-Taracido, Lourdes (2016). Estrategias de aprendizaje, comprensión lectora y rendimiento académico en educación secundaria. Psicologia Escolar e Educacional, 20(3), 447-456. https://doi.org/10.1590/2175-3539201502031101
Ravanal, Martin, & Stephan, Diana A. (2018). Medicalización, prevención y cuerpos sanos: La actualidad de los aportes de Illich y Foucault. Tópicos, 55, 407-437. https://doi.org/10.21555/top.v0i55.914
Signor, Rita (2015). Dislexia: Uma análise histórica e social. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, 15(4), 971-999. https://doi.org/10.1590/1984-639820158213
Silva, Francisca I. C., Rodrigues, Janete P., Brito, Ahecio K. A., & França, Nanci M. (2012). Evasão escolar no curso de educação física da Universidade Federal do Piauí. Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior, 17(2), 391-404. https://doi.org/10.1590/S1414-40772012000200006
Silva, Luciene M. (2006). A deficiência como expressão da diferença. Educação em Revista, 44, 111-133. https://doi.org/10.1590/S0102-46982006000200006
Soriano-Ferrer, Manuel, & Piedra-Martínez, Elisa (2016). Un análisis documental de la investigación en dislexia en la edad adulta. Universitas Psychologica, 15(2), 195-203. https://doi.org/10.11144/Javeriana.upsy15-2.adid
Tassoni, Elvira C. M. (2000). Afetividade e aprendizagem: A relação professor-aluno. In Anais, 23.ª Reunião anual da ANPED (pp. 1-17). ANPED. http://23reuniao.anped.org.br/textos/2019t.PDF
Vigotski, Lev (1991). A formação social da mente (4.ª ed.). Martins Fontes Editora.
Vigotski, Lev (2000). Manuscrito de 1929. Educação & Sociedade, 21(71), 21-44. https://doi.org/10.1590/S0101-73302000000200002
Vigotski, Lev (2011). A defectologia e o estudo do desenvolvimento e da educação da criança anormal. Educação e Pesquisa, 37(4), 863-869. https://dx.doi.org/10.1590/S1517-97022011000400012