Estado, mercado, comunidade e avaliação Esboço para uma (re)articulação crítica
##plugins.themes.bootstrap3.article.main##
Resumo
A centralidade da avaliação no contexto das políticas educativas contemporâneas tem sido objecto de muitos trabalhos sociológicos, embora as marcas da sua discussão entre nós continuem a ser bastante ténues. Neste sentido, procura-se neste trabalho compreender as mudanças económicas e políticas em contextos onde ocorreu mais cedo o renascimento conservador e neoliberal, para em seguida retirar algumas das implicações destes acontecimentos no tocante à reformulação das políticas educativas e avaliativas. Dado que a redefinição do papel do Estado e a revalorização da ideologia do mercado são dois dos vectores essenciais dessas mudanças, é por referência a estes elementos que se procura elucidar o papel da avaliação educacional, contrapondo, ao mesmo tempo, uma outra rearticulação para pensar a avaliação em relação com a Comunidade, numa perspectiva menos reguladora e mais emancipatória. Finalmente, tendo este quadro teórico em mente, enunciam-se de modo sucinto algumas das especificidades das mudanças na avaliação educacional que ocorreram em Portugal no início dos anos 90.
##plugins.themes.bootstrap3.displayStats.downloads##
##plugins.themes.bootstrap3.article.details##
Secção
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0.
Os/as autores/as mantêm os direitos autorais, sem restrições, e concedem à revista ESC o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional (CC BY-NC-SA). É permitido copiar, transformar e distribuir e adaptar o material em qualquer suporte ou formato, desde que com o devido reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista, as alterações sejam identificadas e seja aplicada a mesma licença ao material derivado, não podendo ser usado para fins comerciais.
Como Citar
Referências
Afonso, Almerindo J. (1994). A centralidade emergente dos novos processos de avaliação no sistema educativo português. Fórum Sociológico, 4, 7-18.
Afonso, Almerindo J. (1995a). O novo modelo de gestão das escolas e a conexão tardia à ideologia neoliberal. Revista Portuguesa de Educação, 8(1), 73-86.
Afonso, Almerindo J. (1995b). A cultura social de discriminação e a avaliação dos alunos do ensino básico. In José A. Pacheco & Miguel Zabalza (Orgs.), A avaliação dos alunos dos ensinos básico e secundário (pp. 89-96). Braga: Universidade do Minho.
Afonso, Almerindo J. (1997a). Para uma análise sociológica da avaliação nas políticas educativas: A Reforma educativa em Portugal e a avaliação pedagógica no Ensino Básico (1985-1995) (Tese de doutoramento). Braga: Universidade do Minho.
Afonso, Almerindo J. (1997b). Para a configuração do Estado-providência na educação em Portugal, 1985-1995. Educação, Sociedade & Culturas, 7, 131-156.
Afonso, Almerindo J. (1997c). O neoliberalismo educacional mitigado numa década de governação social-democrata: Um contributo sociológico para pensar a reforma educativa em Portugal (1985-1995). Revista Portuguesa de Educação, 10(2), 103-137.
Angulo, J. Felix (1993). Evaluación del sistema educativo: Algunas respuestas críticas. Cuadernos de Pedagogia, 219, 8-15.
Apple, Michael W. (1993). The politics of official knowledge: Does a national curriculum make sense?. Teachers College Record, 95(2), 222-241.
Azevedo, Joaquim (1993, março). Humanizar a avaliação escolar. Paper presented at Colégio N. S. da Bonança, Vila Nova de Gaia, Portugal.
Bernstein, Basil (1994). Respuesta a Michael Apple. Revista de Educación, 305, 179-189.
Black, Paul J. (1994). Performance assessment and accountability: The experience in England and Wales. Educational Evaluation and Policy Analysis, 16(2), 191-203.
Butler, Robin (1994). Reinventing government: A symposium. Public Administration, 72, 263-270.
Cardoso, Abílio (1995). «Avaliação aferida»: Que destino?. In José A. Pacheco & Miguel Zabalza (Orgs.), A avaliação dos alunos dos ensinos básico e secundário (pp. 83-88). Braga: Universidade do Minho.
Chitty, Clyde (1994). Consensus to conflict: The structure of educational decision-making transformed. In David Scott (Org.), Accountability and control in educational settings (pp. 8-31). London: Cassell.
Chubb, John, & Moe, Terry (1990). Politics, markets, and America’s schools. Washington: Brookings. Cooper, Phillip (1995). Toward the hybrid state: The case of environmental management in a deregulated and re-engineered state. International Review of Administrative Sciences, 61(2), 185-200.
Cortesão, Luiza (1992). Nos bastidores da avaliação dos alunos. In Decisões nas políticas e práticas educativas (pp. 83-92). Porto: Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação.
Dale, Roger (1989). The state and education policy. Milton Keynes: Open University Press.
Dale, Roger (1994). A promoção do mercado educacional e a polarização da educação. Educação, Sociedade & Culturas, 2, 109-139.
Duran, Patrice, Monnier, Eric, & Smith, Andy (1995). Evaluation à la Française: Towards a new relationship between social science and public action. Evaluation, 1(1), 45-63.
Fernandes, A. Sousa (1992). A centralização burocrática do ensino secundário: Evolução do sistema educativo português durante os períodos liberal e republicano (1836-1926) (Tese de doutoramento). Braga: Universidade do Minho.
Formosinho, Joao (1987). Educating for passivity: A study of Portuguese education (1926-1968) (Tese de doutoramento). University of London: Institute of Education.
Freire, Paulo (1975). Pedagogia do oprimido. Porto: Edições Afrontamento.
Gamble, Andrew (1994). The free economy and the strong state. London: Macmillan.
Giroux, Henry (1986). Teoria crítica e resistência em educação. Petrópolis: Vozes.
Gore, Al (Org.). (1994). Reinventar a administração pública. Lisboa: Quetzal.
Granheim, Merit K., & Lundgren, Ulf P. (1991). Steering by goals and evaluation in the Norwegian educational system: A report from the EMIL project. Journal of Curriculum Studies, 23(6), 481-505.
Habermas, Jurgen (1988). Legitimation crisis. Cambridge: Polity Press.
Hanf, Kenneth (1994). The political economy of ecological modernization. In Michael Moran & Tony Prosser (Orgs.), Privatization and regulatory change in Europe (pp. 126-143). Buckingham: Open University Press.
Hargreaves, Andy (1989). The crisis of motivation and assessment. In Andy Hargreaves & David Reynolds (Orgs.), Education policies: Controversies and critiques (pp. 41-63). London: The Falmer Press.
Hartley, David (1993). The evaluative state and self-management in education: Cause for reflection?. In John Smyth (Org.), A socially critical view of the sel-managing school (pp. 99-115). London: Falmer Press.
Hatcher, Richard (1994). Market relationships and the management of the teachers. British Journal of Sociology of Education, 15(1), 41-61.
Henkel, Mary (1991a). Government, evaluation and change. London: Jessica Kingsley Publ.
Henkel, Mary (1991b). The new «evaluative state». Public Administration, 69, 121-136.
House, Ernest R. (1993). Professional evaluation: Social impact and political consequences. London: Sage.
Le Grand, Julian (1991). Quasi-markets and social policy. The Economic Journal, 101, 1256-1267.
Lima, Licínio C. (1997). O paradigma da educação contábil: Políticas educativas e perspectivas gerencialistas no ensino superior em Portugal. Revista Brasileira de Educação, 4, 43-59.
Lund, Brian (1996). Robert Nozick and the politics of social welfare. Political Studies, XLIV, 115-122.
Lyotard, Jean-François (s.d.). A condição pós-moderna. Lisboa: Gradiva.
Martins, Guilherme d’Oliveira (1993). Intervenção. In Actas do Seminário «A Educação em Portugal no Horizonte dos Anos 2000» (pp. 224-230). Lisboa: CNE.
Monitor Company/Porter, Michael (1994). Construir as vantagens competitivas de Portugal. Lisboa: Fórum para a Competitividade.
Neave, Guy (1988). On the cultivation of quality, efficiency and enterprise: An overview of recent trends in higher education in Western Europe, 1986-1988. European Journal of Education, 1-2, 7-23.
Nozick, Robert (1988). Anarquia, estado y utopia. México: Fondo de Cultura Económica.
Nozick, Robert (1992). Meditaciones sobre la vida. Barcelona: Gedisa.
Nunes, J. Arriscado (1993). Polanyi revisitado: Modos de regulação, inovação tecnológica e contra-movimento protector na era do capitalismo desorganizado. In Estruturas Sociais e Desenvolvimento (pp. 97-114). Lisboa: Fragmentos/APS.
O’Buachalla, Seamus (1992). Self-regulation and the emergence of evaluative state: Trends in Irish higher education policy, 1987-1992. European Journal of Education, 27(1-2), 69-78.
Osborne, David, & Gaebler, Ted (1992). Reinventing government: How the entrepreneurial spirit is transforming the public sector. Wokingham: Addison-Wesley.
Partido Popular (1995). «Vamos dar lugar a Portugal» – Programa Eleitoral e de Governo.
Peters, Michael (1994). Governamentalidade neoliberal e educação. In T. Tadeu da Silva (Org.), O sujeito da educação: Estudos foucaultianos (pp. 211-224). Petrópolis: Vozes.
Ranson, Stewart (1993). Markets or democracy for education. British Journal of Educational Studies, 41(4), 333-352.
Ranson, Stewart (1995). Public institutions for cooperative action: A reply to James Tooley. British Journal of Educational Studies, 43(1), 35-42.
Salter, Brian (1995). The private sector and the NHS: Redefining the welfare state. Policy and Politics, 23(1), 17-30.
Santos, Boaventura de Sousa (1990). O Estado e a sociedade em Portugal (1974-1988). Porto: Edições Afrontamento.
Santos, Boaventura de Sousa (1991). Ciência. In Manuel Maria Carrilho (Org.), Dicionário do pensamento contemporâneo (pp. 23-43). Lisboa: Dom Quixote.
Santos, Boaventura de Sousa (1993). O Estado, as relações salariais e o bem-estar social na semiperiferia: O caso português. In Boaventura Sousa Santos (Org.), Portugal: Um retrato singular (pp. 15-56). Porto: Edições Afrontamento.
Santos, Boaventura de Sousa (1994). Pela mão de Alice: O social e o político na pós-modernidade. Porto: Edições Afrontamento.
Saul, Ana Maria (1988). Avaliação emancipatória. São Paulo: Cortez/Autores Associados.
Schwarz, Bill (1992). Los anos de gobierno Thatcher. In Ralph Miliband, Leo Panitch, & John Saville (Orgs.), El neoconservadurismo en Gran Bretaña y Estados Unidos: Retórica y realidade (pp. 91-135). Valencia: Edicions Alfons el Magnánim.
Silva, Aníbal Cavaco (1995). As reformas da década. Venda Nova: Bertrand.
Stoer, Stephen R. (1994). O Estado e as políticas educativas: Uma proposta de mandato renovado para a escola democrática. Revista Crítica de Ciências Sociais, 41, 3-33.
Stoer, Stephen R., & Araújo, Helena C. (1992). Escola e aprendizagem para o trabalho num pais da (semi)periferia europeia. Lisboa: Escher.
Tooley, James (1995). Markets or democracy for education? A reply to Stewart Ranson. British Journal of Educational Studies, 43(1), 21-34.
Weiler, Hans N. (1983). Legalization, expertise, and participation: Strategies of compensatory legitimation in educational policy. Comparative Education Review, 27(2), 259-277.
Whitaker, Reg (1992). Neoconservadurismo y Estado. In Ralph Miliband, Leo Panitch, & John Saville (Orgs.), El neoconservadurismo en Gran Bretaña y Estados Unidos: Retórica y Realidad (pp. 9-46). Valencia: Edicions Alfons el Magnanim.