A comunidade dança? Reflexão sobre projetos de intervenção artística em contextos rurais
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Resumo
Neste artigo pretende-se refletir sobre o papel da educação artística no desenvolvimento de comunidades rurais, num tempo marcado por profundas transformações socioespaciais, resultantes dos desafios da contemporaneidade. O rural é hoje palco de um conjunto de fenómenos que o transforma num território com particular interesse de análise. Vive uma crise gerada por uma dinâmica de perda demográfica, cultural e económica, mas também de base territorial, na medida em que a afirmação do modelo de urbanização extensiva tem diluído a clássica dicotomia entre urbano e rural e produzido
territórios «transgénicos», por defeito urbanos (Domingues, 2008), cuja disseminação conduz o
rural a uma crise identitária. Perante este facto, assiste-se a movimentos de resgate do rural, reconhecendo-lhe uma renovada potencialidade, associada a processos de reinvenção e recriação (Figueiredo, 2011). No campo cultural e artístico, este movimento de reinvenção do rural parece estar profundamente agarrado a uma perspetiva nostálgica e revivalista, centrada numa apropriação das tradições com fins essencialmente turísticos, e, portanto, possivelmente distanciado de uma real vivência comunitária. Assim, interessa refletir sobre qual o papel de um trabalho de intervenção/educação artística num contexto rural e indagar qual o lugar das comunidades nessas práticas. Este artigo conclui com a apresentação de orientações concretas que sustentem o trabalho de intervenção artística em contextos rurais, que se reconhece como uma importante ferramenta em processos de redefinição identitária.
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