‘Saber brincar’: Uma análise criancista decolonial do brincar
##plugins.themes.bootstrap3.article.main##
Resumo
No português, assim como em línguas nórdicas, o verbo em inglês ‘play’ pode ter ao menos duas traduções distintas. Neste artigo, a distinção teórica entre os verbos ‘jogar’ e ‘brincar’ orienta uma análise criancista decolonial (decolonial childist) do brincar, chamando atenção para o papel da ‘figura da criança’ no colonialismo/racismo eurocêntrico. O estudo utiliza uma exploração etnográfica das brincadeiras infantis no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), destacando a importância do ‘brincar’ para conectar as crianças a seus pais, avós e o mundo ao seu redor. O criancismo decolonial (decolonial childism) defende uma abordagem educacional que priorize as conexões e que não afaste o convívio entre adultos e crianças. Esta perspectiva vê a brincadeira como base para relações intergeracionais baseadas em vínculos, conexões e cuidados, transformando os adultos em bons ancestrais, que aprendem com as crianças e a infância.
##plugins.themes.bootstrap3.displayStats.downloads##
##plugins.themes.bootstrap3.article.details##
Edição
Secção

Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0.
Os/as autores/as mantêm os direitos autorais, sem restrições, e concedem à revista ESC o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional (CC BY-NC-SA). É permitido copiar, transformar e distribuir e adaptar o material em qualquer suporte ou formato, desde que com o devido reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista, as alterações sejam identificadas e seja aplicada a mesma licença ao material derivado, não podendo ser usado para fins comerciais.
Como Citar
Referências
Alfageme, Erika, Cantos, Raquel, & Martínez, Marta (2003). De la participación al protagonismo infantil: Propuestas para la acción. Plataforma de Organizaciones de Infancia. https://www.plataformadeinfancia.org/wp-content/uploads/2010/07/de-la-participacion-al-protagonismo-nov-2003.pdf
Alves, Jaime A. (2020). Biópolis, necrópolis, negrópolis: Notas para um novo léxico político nos estudos socioespaciais sobre o racismo. Geopauta, 1, pp. 5-33. https://www.doi.org/10.22481/rg.v4i1.6161
Ariès, Philippe (1981). História social da criança e da família (Dora Flaksman, Trad.; 2.ª ed.). Zahar.
Bateson, Gregory (2000). Steps to an ecology of mind. The University of Chicago Press. (Original work published in 1972)
Belisario, Gustavo (2016). Brincando na terra: Tempo, política e faz-de-conta no acamapamento Canaã (MST - DF) [Master dissertation, University of Brasília]. Repositório UnB. http://dx.doi.org/10.26512/2016.04.D.21032
Benjamin, Walter (2009). Reflexões sobre a crianca, o brinquedo e a educação. Editora 34.
Biswas, Tanu (2020). Little things matter much: Childist ideas for a pedagogy of philosophy in an overheated world. Buro Himmelgruen.
Biswas, Tanu (2021). Letting teach: Gen Z as socio-political educators in an overheated world. Frontiers in Political Science, 3. https://doi.org/10.3389/fpos.2021.641609
Biswas, Tanu (2022). What takes ‘us’ so long? The philosophical poverty of childhood studies and education. Childhood, 29(3), 339–354. https://doi.org/10.1177/09075682221111642
Biswas, Tanu (2023). Becoming good ancestors: A decolonial childist approach to global intergenerational sustainability. Children & Society, 37(4), 1005–1020. https://doi.org/10.1111/chso.12722
Biswas, Tanu, Wall, John, Warming, Hanne, Zehavi, Ohad, Kennedy, David, Murris, Karin, Kohan, Walter, Saal, Britta, & Rollo, Toby (2023). Childism and philosophy: A conceptual co-exploration. Policy Futures in Education, 22(5), 741–759. https://doi.org/10.1177/1478210323118517
Burman, Erica (2017). Fanon’s other children: Psychopolitical and pedagogical implications. Race Ethnicity and Education, 20(1), 42–56. https://doi.org/10.1080/13613324.2016.1150832
Du Bois, William (1999). The souls of Black folk. Norton & Company. (Original work published in 1903)
Duflo, Colas (1997). Jouer et philosopher. Presses Universitaires de France.
Evaldsson, Ann-Carita, & Corsaro, William (1998). Play and games in the peer cultures of preschool and preadolescent children. Childhood, 5(4), 377–402. https://doi.org/10.1177/0907568298005004003
Feezell, Randolf (2013). A pluralist conception of play. In Emily Ryall, Wendy Russell, & Malcolm MacLean (Eds.), The philosophy of play (pp. 5–45). Routledge.
Fernandes, Bernardo M. (2000). A formação do MST no Brasil. Vozes.
Fians, Guilherme (2015). Entre crianças, personagens e monstros: Uma etnografia de brincadeiras infantis. Ponteio.
Gaitán Muñoz, Lourdes (2015). Protagonismo en la infancia, o la participación de los niños en los procesos de intervención social. Servicios Sociales y Política Social, 107, 25–39. https://www.serviciossocialesypoliticasocial.com/protagonismo-en-la-infancia-o-la-participacion-de-los-ninos-en-los-procesos-de-intervencion-social
Glenn, Nicole M., Knight, Camilla J., Holt, Nicholas L., & Spence, John C. (2012). Meanings of play among children. Childhood, 20(2), 185–199. https://doi.org/10.1177/0907568212454751
Liebel, Manfred (2007). Paternalismo, participación y protagonismo infantil. In Yolanda C. Caraveo & María Eugenia Linares (Eds.), Participación infantil y juvenil en América Latina (pp. 113–146). Universidad Autónoma Metropolitana.
Lindqvist, Gunilla (2001). When small children play: How adults dramatise and children create meaning. Early Years, 21(1), 7–14. https://doi.org/10.1080/09575140123593
Matusov, Eugene, & Hayes, Renee (2000). Sociocultural critique of Piaget and Vygotsky. New Ideas in Psychology, 18(2–3), 215–239. https://doi.org/10.1016/S0732-118X(00)00009-X
McKittrick, Katherine (2021). Futuros da plantação (Bru Pereira, Janaina Tatim, Lucas Maciel, Trads.). Fecundações Cruzadas.
Paterniani, Stella Z. (2016). Da branquidade do Estado na ocupação da cidade. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 31(91), e319109. https://www.doi.org/10.17666/319109/2016
Paterniani, Stella Z. (2019). São Paulo cidade negra: Branquidade e afrofuturismo a partir de lutas por moradia (Tese de doutoramento, Universidade de Brasília). Repositório UnB. https://repositorio.unb.br/handle/10482/35466
Rollo, Toby (2018a). Feral children: Settler colonialism, progress, and the figure of the child. Settler Colonial Studies, 8(1), 60–79. https://doi.org/10.1080/2201473X.2016.1199826
Rollo, Toby (2018b). The color of childhood: The role of the child/human binary in the production of anti-Black racism. Journal of Black Studies, 49(4), 307–329. https://doi.org/10.1177/0021934718760769
Rosa, Marcelo Carvalho (2009). Sem-Terra: Os sentidos e as transformações de uma categoria de ação coletiva no Brasil. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, 76, 197–227. https://doi.org/10.1590/S0102-64452009000100007
Santos, Antônio B. (2015). Colonização, quilombos: Modos e significações. Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Inclusão no Ensino Superior e na Pesquisa (INCTI/UnB).
Sigaud, Lygia (2000). A forma acampamento: Notas a partir da versão pernambucana. Novos Estudos Cebrap, 58, 73–92.
Sutton-Smith, Brian (1997). The ambiguity of play. Harvard University Press.
Tambiah, Stanley (2013). Múltiplos ordenamentos de realidade: O debate iniciado por Lévy-Bruhl. Cadernos De Campo (São Paulo - 1991), 22(22), 193–220. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v22i22p193-220
Tuck, Eve, & Yang, K. Wayne (2012). Decolonization is not a metaphor. Decolonization: Indigeneity, Education & Society, 1(1), 1–40. https://jps.library.utoronto.ca/index.php/des/article/view/18630
Twum-Danso Imoh, Afua, Castro, Lucia R., & Naftali, Orna (2024). Introduction: Studies of childhoods in the Global South: Towards an epistemic turn in transnational childhood research? In Afua Twum-Danso Imoh, Lucia Rabello de Castro, & Orna Naftali (Eds.), Studies of childhoods in the Global South: Towards an epistemic turn in transnational childhood research? (pp. 1–16). Routledge.
Vygotsky, Lev (1991). A formação social da mente (4.ª ed.). Martins Fontes.
Wall, John (2013). All the world’s a stage: Childhood and the play of being. In Emily Ryall, Wendy Russell, & Malcolm MacLean (Eds.), The philosophy of play (pp. 46–57). Routledge.
Wall, John (2019). From childhood studies to childism: Reconstructing the scholarly and social imaginations. Children’s Geographies, 20(3), 257–270. https://doi.org/10.1080/14733285.2019.1668912
Øksnes, Maria (2008). The carnival goes on and on! Children’s perceptions of their leisure time and play in SFO. Leisure Studies, 27(2), 149–164. https://doi.org/10.1080/02614360701757140