Associativismo e educação popular no pós-25 de Abril Ilhas de Abril, ou o caso da Associação de Moradores da Lomba

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Isabel Timóteo
https://orcid.org/0000-0003-4888-3845
Hugo Monteiro
https://orcid.org/0000-0003-3924-497X
Maria João Antunes
https://orcid.org/0000-0002-3874-8802
Francisca Weiner
https://orcid.org/0009-0006-1875-0565

Resumo

O movimento associativo popular constituiu durante a ditadura portuguesa espaço de práticas de liberdade e de livre aprendizagem face ao projeto ideológico do regime. Estas dinâmicas de resistência foram amplificadas a um nível sem precedentes na explosão de liberdades trazida pela revolução de abril de 1974. As associações de moradores formadas no pós-revolução sobreviveram ao declínio da participação e a uma diagnosticada crise de agência cidadã, e são ainda espaços de sociabilidade, permanência simbólica e formação de subjetividades políticas. O presente artigo parte do caso de uma Associação de Moradores do Porto para discutir pressupostos educativos, sociais, políticos e culturais que permanecem nestas instituições subsidiárias de Abril, quer na sua herança e na sua atividade atual, quer na sua sociabilidade e património simbólico.

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Como Citar
Timóteo, I., Monteiro, H., Antunes, M. J., & Weiner, F. (2024). Associativismo e educação popular no pós-25 de Abril: Ilhas de Abril, ou o caso da Associação de Moradores da Lomba. Educação, Sociedade & Culturas, 69, 1-18. https://doi.org/10.24840/esc.vi69.1176
Secção
Número especial | Educação, liberdade e democracia: Celebrar 50 anos do 25 de Abril

Como Citar

Timóteo, I., Monteiro, H., Antunes, M. J., & Weiner, F. (2024). Associativismo e educação popular no pós-25 de Abril: Ilhas de Abril, ou o caso da Associação de Moradores da Lomba. Educação, Sociedade & Culturas, 69, 1-18. https://doi.org/10.24840/esc.vi69.1176

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