Revolução de abril, educação de surdos/as e ensino da filosofia

Da deficiência à pertença cultural

Autores

  • Fátima Sá Correia Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade do Porto, Porto
  • Orquídea Coelho CIIE – Centro de Investigação e Intervenção Educativas da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, Porto

DOI:

https://doi.org/10.34626/esc.vi43.274

Palavras-chave:

filosofia em língua gestual portuguesa, modelo cultural da surdez, necessidades educativas especiais

Resumo

As transformações políticas geradas pela Revolução de Abril, no que à educação de surdos/as concerne, tiveram a sua primeira concretização na Lei Constitucional de 1997, que reconheceu a língua gestual portuguesa (LGP) como expressão cultural e instrumento de acesso à educação. A legislação atual que regula a educação de surdos em Portugal criou as Escolas de Referência para a Educação Bilingue de Alunos Surdos, onde todas as aulas, até ao fim do ensino secundário, têm de ser ministradas em LGP. Ora, no caso da disciplina de Filosofia, a tradução levanta problemas específicos. Esta situação, no entanto, não constitui uma limitação, mas evidencia que aprender/ensinar filosofia em contexto de surdez é uma questão de interculturalidade e de equidade social, o que leva a uma nova perspetiva sobre a educação bilingue de alunos/as surdos/as: o uso da LGP é uma exigência cultural e não uma forma de superar uma deficiência.

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Publicado

2014-12-01

Como Citar

Correia, F. S. ., & Coelho, O. . (2014). Revolução de abril, educação de surdos/as e ensino da filosofia: Da deficiência à pertença cultural. Educação, Sociedade & Culturas, (43), 103–119. https://doi.org/10.34626/esc.vi43.274