Experiências de jovens no serviço voluntário Europeu

Perspetivando sentidos educativos

Autores

  • Carolina Jardim CIIE – Centro de Investigação e Intervenção Educativas da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, Porto
  • Sofia Marques da Silva CIIE – Centro de Investigação e Intervenção Educativas da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, Porto

DOI:

https://doi.org/10.34626/esc.vi49.168

Palavras-chave:

participação cívica, juventudes, voluntariado, educação não formal e informal

Resumo

Face às últimas transformações das formas de participação cívica na Europa, o voluntariado juvenil emerge como problema social e educacional bastante relevante na atualidade. Este artigo foca‑se no significado educacional de experiências de jovens no Serviço Voluntário Europeu (SVE). Entendidas aquelas experiências enquanto formas de participação cívica e de cidadania, parte‑se das perspetivas de 11 jovens vindos/as de 10 países europeus. Os dados  que irão ser explorados neste lugar inscrevem‑se numa pesquisa exploratória de carácter etnográfico desenvolvida entre 2013 e 2014, numa Casa da Juventude do interior Norte português. O SVE parece constituir‑se como uma oportunidade para que jovens se envolvam e participem ativamente na comunidade e num movimento social em  particular – o Comércio Justo. Enquanto contexto de aprendizagem não formal e informal, esta experiência estimula aquisição de novos conhecimentos, valores e práticas, bem como a aprendizagem intercultural e o desenvolvimento de competências chave ao longo da vida.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Andolina, Molly W., Jenkins, Krista, Keeter, Scott, & Zukin, Cliff (2002). Searching for the meaning of youth civic engagement: Notes from the field. Applied Developmental Science, 6(4), 189‑195. doi:10.1207/S1532480XADS0604_5

Araújo, Helena C., Fonseca, Laura, Magalhães, Maria José, & Leite, Carlinda (2002). Em busca da intercultura‑ lidade entre mulheres ciganas e padjas na educação. Ex Aequo, 7, 149‑161.

Araújo, Helena C. (2007). Cidadania na sua polifonia: Debates nos estudos de educação feministas. Educação, Sociedade & Culturas, 25, 83‑116.

Augusto, Nuno Miguel (2008). A juventude e a(s) política(s): Desinstitucionalização e individualização. Revista Crítica de Ciências Sociais, 81, 155‑177.

Bäckström, Bárbara, & Pereira, Sofia Castro (2012). A questão migratória e as estratégias de convivência entre culturas diferentes em Portugal. Revista Interdisciplinar da Mobilidade Humana, XX(38), 83‑100.

Bermudez, Angela (2012). Youth civic engagement: Decline or transformation? A critical review. Journal of Moral Education, 41(4), 529‑542. doi:10.1080/03057240.2012.732296

Blommaert, Jan, & Dong, Jie (2010). Ethnographic fieldwork: A beginner’s guide. Bristol: Multilingual Matters.

Cabanas, José María Quintana (2002). Teoria da educação: Concepção antinómica da educação. Porto: Edições Asa.

Cammaerts, Bart, Bruter, Michael, Banaji, Shakuntala, Harrison, Sarah, & Anstead, Nick (2013). The myth of youth apathy: Young europeans’ critical attitudes toward democratic life. American Behavioral Scientist, XX(X), 1‑20. doi:10.1177/0002764213515992

Carneiro, Roberto (2003). Fundamentos da educação e da aprendizagem: 21 ensaios para o século 21. Vila Nova de Gaia: Fundação Manuel Leão.

Carreiro, Maria João Refachinho Mourão, & Carvalho, Zita de Sousa (2008). Para uma cidadania activa: Aprendizagem intercultural. Lisboa: Instituto do Emprego e Formação Profissional. Coelho, Márcia Loureiro (2008). Voluntariado e participação cívica juvenil: Formar para ser e ser para agir. Porto: Autor.

Comissão Europeia (2012). Repensar a educação: Investir nas competências para melhores resultados socioeconómicos. Retrieved from http://eur‑lex.europa.eu/legal‑content/PT/TXT/PDF/ri=CELEX:52012DC0669&‑from=PT

Comissão Europeia (2013). Juventude em ação: Guia do programa 2013. Retrieved from http://ec.europa.eu/youth/tools/documents/guide13_pt.pdf

Conselho da Europa (2008). Livro branco sobre o diálogo intercultural: Viver juntos em igual dignidade. Estras‑ burgo: Conselho da Europa.

Conselho Nacional de Educação (2001). Educação e associativismo: Para além da escola. Lisboa: CNE.

Constantino, Jorge, & Gouveia, Luís Borges (2009). A minha aldeia é todo o mundo: Uma reflexão sobre a participação cívica. Porto: Edições Universidade Fernando Pessoa.

Corte‑Real, Maria Leonor, & Araújo e Sá, Maria Helena (2014). Diálogo intercultural na escola precisa‑se!. Edcação, Sociedade & Culturas, 4, 149‑170.

Cortesão, Luiza, & Pacheco, Natércia (1991). O conceito de educação intercultural: Interculturismo e realidade portuguesa. Inovação: Revista do Instituto de Inovação Educacional, 4(2), 31‑44.

Cortesão, Luiza, & Stoer, Stephen R. (1996). A interculturalidade e a educação escolar: Dispositivos pedagógicos e a construção da ponte entre culturas. Inovação: Revista do Instituto de Inovação Educacional, 9, 35‑51.

Costa, Alexandra Sá (2012). As pessoas acima do lucro. Políticas de educação, desenvolvimento e novos movi‑ mentos sociais (Tese de doutoramento). FPCEUP, Porto, Portugal.

Crespo, Carla, Gonçalves, Carlos, & Coimbra, Joaquim (2001, novembro). A formação no mundo global:. Um dispositivo na promoção de competências transversais. Comunicação apresentada no III Encontro Internacional de Galicia e Norte de Portugal de Formación para o Trabalho: Novos horizontes para a formación profesional, Santiago de Compostela.

Dewey, John (2007). Democracia e educação. Lisboa: Didáctica Editora.

Dubar, Claude (2006). A crise das identidades: A interpretação de uma mutação. Porto: Edições Afrontamento. Furlong, Andy, & Cartmel, Fred (2007). Young people and social change, new perspectives. Berkshire: Open University.

European Communities (2007). Key competences for lifelong learning: European reference framework. Retrieved from: http://www.alfa‑trall.eu/wp‑content/uploads/2012/01/EU2007‑keyCompetencesL3‑brochure.pdf

European Commission (2009a). Proposal for a council decision on the european year of volunteering (2011). Brussels. Retrieved from: http://ec.europa.eu/citizenship/pdf/doc828_en.pdf

European Commission (2009b). European research on youth. Brussels.

European Commission (2015). Erasmus+: Guia do Programa. Retrieved from: http://ec.europa.eu/programmes/erasmus‑plus/sites/erasmusplus/files/files/resources/erasmus‑plus‑programme‑guide_pt.pdf

Hall, Tom, Williamson, Howard, & Coffey, Amanda (2000). Young people, citizenship and the third way: A role for the youth service?. Journal of Youth Studies, 3(4), 461‑472. doi:10.1080/713684383

Harris, Anita, Wyn, Johanna, & Younes, Salem (2010). Beyond apathetic or activist youth: «Ordinary» young people and contemporary forms of participation. Young, 18(1), 9‑32. doi:10.1177/110330880901800103

Hoikkala, Tommi (2009). The diversity of youth citizenships in the European Union. Young, 17(5), 5‑24. doi:10.1177/1103308808017002

Hoskins, Bryony, & Crick, Ruth Deakin (2010). Competences for learning to learn and active citizenship: Different currencies or two sides of the same coin?. European Journal of Education, 45(1), 121‑137. doi:10.1111/j.1465‑3435.2009.01419.x

Hustinx, Lesley, Cnaan, Ram A., & Handy, Femida (2010). Navigating theories of volunteering: A hybrid map for a complex phenomenon. Journal for the Theory of Social Behaviour, 40(4), 410‑434. doi:10.1111/j.14685914.2010.00439.x

Hustinx, Lesley (2001). Individualisation and new styles of youth volunteering: An empirical exploration. Voluntary Action, 3(2), 57‑76.

Jackson, Jane (2011). Cultivating cosmopolitan, intercultural citizenship through critical reflection and international, experiential learning. Language and Intercultural Communication, 11(2), 80‑96.

Lafraya, Susana (2011). Intercultural learning in non‑formal education: Theoretical frameworks and starting points. Strasbourg: Council of Europe Publishing.

Lipovetsky, Gilles (1994). O crepúsculo do dever: A ética indolor dos novos tempos democráticos. Lisboa: Publicações Dom Quixote.

Lopes, Joana, Benton, Thomas, & Cleaver, Elizabeth (2009). Young people’s intended civic and political par‑ ticipation: Does education matter?. Journal of Youth Studies, 12(1), 1‑20. doi:10.1080/13676260802191920 Masini, Eleonora Barbieri (2011). Towards multicultural societies: The European experience. Current Sociology,59(2), 229–237.

Menezes, Isabel, & Ferreira, Pedro (Eds.). (2012). Educação para a cidadania participatória em sociedades em transição: Uma visão europeia, ibérica e nacional das políticas e práticas da educação para a cidadania em contexto escolar. Porto: Centro de Investigação e Intervenção Educativas.

Menezes, Isabel, Ribeiro, Norberto, Fernandes‑Jesus, Maria, Malafaia, Carla, & Ferreira, Pedro D. (Eds.). (2012). Agência e participação cívica e política: Jovens e imigrantes na construção da democracia. Porto: Livpsic.

Nenga, Sandi Kawecka (2012). Not the community, but a community: Transforming youth into citizens through volunteer work. Journal of Youth Studies, 15(8), 1063‑1077. doi:10.1080/13676261.2012.697135

Omoto, Allen M., & Snyder, Mark (1995). Sustained helping without obligation: Motivation, longevity of ser‑ vice, and perceived attitude change among AIDS volunteers. Journal of Personality and Social Psychology, 68, 671‑686. doi:10.1037/0022‑3514.68.4.671

Pais, José Machado (1993). Nas rotas do quotidiano. Revista Crítica de Ciências Sociais, 37, 105‑115.

Penner, Louis A. (2002). Dispositional and organizational influences on sustained volunteerism: An interactionist perspective. Journal of Social Issues, 58, 447‑467. doi:10.1111/1540‑4560.00270

Perotti, Antonio (1997). Apologia do intercultural. Lisboa: Secretariado Coordenador dos Programas de Educação Multicultural.

Pires, Ana Luísa (2007). Reconhecimento e validação das aprendizagens experienciais: Uma problemática educativa. Sísifo: Revista de Ciências da Educação, 2, 520.

Punch, Keith F. (2014). Introduction to social research: Quantitative & qualitative approaches. London: Sage Publications.

Putnam, Robert (2000). Bowling alone: The collapse and revival of American community. New York: Simon & Schuster.

Sacristán, Jimeno (2003). Educar e conviver na cultura global. Porto: Edições ASA.

Santos, Boaventura de Sousa (1995). Um discurso sobre as ciências (7ª ed.). Porto: Edições Afrontamento. Savater, Fernando (2012). O valor de educar. São Paulo: Planeta.

Silva, Sofia Marques (2011). Da casa da juventude aos confins do mundo: Etnografia de fragilidades, medos e estratégias juvenis. Porto: Edições Afrontamento.

Silva, Sofia Marques, & Queirós, Cristina (2012). University students’ investment in developing skills through participation in volunteering program: Experiences from the University of Porto, Portugal. In Viera Zozu‑ lakova & Bohuslav Kuzysin (Eds.), Volunteering in 21 century (pp. 23‑42). Persov: University of Persov.

Spradley, James P. (1979). The ethnographic interview. Belmont: Wadsworth.

UNESCO (2012). Guidelines for the recognition, validation and accreditation of the outcomes of non‑formal and informal learning. Hamburg: UIL.92

Weller, Susie (2006). Skateboarding alone? Making social capital discourse relevant to teenagers’ lives. Journal of Youth Studies, 9(5), 557‑574. doi:10.1080/13676260600805705

Wilson, John (2012). Volunteerism research: A review essay. Nonprofit and Voluntary Sector Quarterly, 41(2), 176‑212. doi:10.1177/0899764011434558

Publicado

2016-12-01

Como Citar

Jardim, C. ., & Silva, S. M. da. (2016). Experiências de jovens no serviço voluntário Europeu: Perspetivando sentidos educativos . Educação, Sociedade & Culturas, (49), 72–92. https://doi.org/10.34626/esc.vi49.168