Sobre a Investigação nos Programas de Formação Inicial de Professores

Casos em Portugal e Inglaterra

Autores

  • Rita Tavares de Sousa CIIE – Centro de Investigação e Intervenção Educativas, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, Porto, Portugal.
  • Amélia Lopes CIIE – Centro de Investigação e Intervenção Educativas, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, Porto, Portugal.
  • Pete Boyd University of Cumbria

DOI:

https://doi.org/10.24840/esc.vi58.115

Palavras-chave:

formação inicial de professores, investigação, ensino, contextos nacionais e institucionais

Resumo

A consciência da importância da formação inicial tem crescido nos últimos anos e a formação em investigação surge como uma dimensão a investir para a qualidade da formação e do ensino. É também sabido que os contextos nacionais têm impacto na maneira como a formação inicial de professores é estruturada e, portanto, na maneira como a investigação é valorizada. Pretende‑se com
este trabalho descrever e discutir a relação que se estabelece entre a investigação e o ensino na formação inicial de professores em dois cursos, em instituições com características distintas e em dois países diferentes – Portugal e Inglaterra. Os dados foram recolhidos com estudantes e formadores/as dos dois cursos através de entrevistas individuais e de grupo, e de grupos de discussão focalizada. Os resultados permitem concluir que o valor atribuído à investigação varia de país para país e de instituição para instituição. Os dados portugueses sugerem uma perspetiva de investigação mais próxima da investigação académica e os de Inglaterra uma perspetiva mais associada à prática. Em ambos os casos surgem inquietações relativamente à visão tecnicista do ser professor/a e à presença tardia da investigação nos programas de FIP.

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Publicado

2021-04-30

Como Citar

Sousa, R. T. de, Lopes, A., & Boyd, P. . (2021). Sobre a Investigação nos Programas de Formação Inicial de Professores: Casos em Portugal e Inglaterra. Educação, Sociedade & Culturas, (58), 159–180. https://doi.org/10.24840/esc.vi58.115