Escolas Famílias Agrícolas
Contribuição da Pedagogia da Alternância na formação de jovens críticos/as
DOI:
https://doi.org/10.24840/esc.vi64.491Palavras-chave:
movimentos sociais, escolas famílias agrícolas, pedagogia da alternânciaResumo
Este artigo objetiva mostrar como as Escolas Famílias Agrícolas buscam, a partir da Pedagogia da Alternância, contribuir com a formação de jovens críticos/as, capazes de abraçar as lutas sociais do seu tempo. A pesquisa teve como foco as experiências de egressos/as de uma escola no interior da Bahia no período de 1988-1990. Tais jovens fizeram parte do período de lutas pela redemocratização do país e de um intenso processo de articulação e mobilização política no campo e na cidade. A pesquisa qualitativa discutiu a concepção de sociedade civil organizada, sua relação com os Movimentos Sociais e a Educação do Campo no diálogo com Caldart, Coutinho e Pistrak. Utilizou-se a técnica da triangulação de dados com questionários, entrevistas semiestruturadas e cartas convencionais junto a egressos/as em diferentes partes do Brasil, como Bahia, São Paulo e Pernambuco. Constatou-se que a escola pesquisada imprimiu, no processo formativo dos/as egressos/as, as características esperadas pela Alternância, tais como crítica social, formação profissional, humanista e perfil de liderança comunitária. Tais características formativas, no entanto, não foram suficientes para transformar as condições estruturantes das suas vidas de classe trabalhadora no campo e nem de evitar a mudança de muitos/as deles/as para as cidades.
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