Mobilidade transatlântica e estudos indígenas: Uma análise das teses em Portugal

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Publicado: 01-09-2025
DOI: https://doi.org/10.24840/esc.vi71.1433
Palavras-chave:
Mobilidade transatlântica, Estudos indígenas, Revisão sistemática, Saberes transfronteiriços

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Kenia Adriana Reis e Silva
CIIE-Centro de Investigação e Intervenção Educativas, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, Universidade do Porto
https://orcid.org/0000-0001-6995-3721
Luciana Ribeiro Conz
Universidade Federal de Rondônia – UNIR
Maria José Magalhães
Centro Interdisciplinar de Estudos de Gênero, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, Universidade do Porto
Margarida Louro Felgueiras
CIIE - Centro de Investigação e Intervenção Educativas, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade do Porto
Susana Coimbra
CPUP-Centro de Psicologia da Universidade do Porto, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, Universidade do Porto
https://orcid.org/0000-0002-7738-4757
Luciana Maria Maia
Universidade de Fortaleza – UNIFOR

Resumo

Este artigo propõe uma análise da mobilidade transatlântica no contexto acadêmico, com ênfase nas teses de doutoramento produzidas em instituições de ensino superior de Portugal, no âmbito dos estudos indígenas. A pesquisa investiga a contribuição de investigadores/as para o campo dos estudos indígenas, examinando as perspectivas teóricas adotadas e os temas abordados nas teses, ao longo de 10 anos (2013–2023). Utilizando uma revisão sistemática, o estudo analisa teses encontradas nos Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal, com o objetivo de investigar o que tem sido produzido nas pesquisas acadêmicas sobre os povos indígenas em Portugal. A partir dessa análise refletimos sobre a mobilidade transatlântica, os saberes transfronteiriços e as perspectivas críticas e emergentes, tentando compreender o grau de comprometimento das temáticas e as abordagens teórico-metodológicas adotadas com a transformação social e a valorização dos povos indígenas. Ao examinar o intercâmbio de ideias e metodologias entre diferentes contextos culturais e acadêmicos, a pesquisa evidenciou a importância da mobilidade transatlântica na promoção de uma ciência mais plural, inclusiva e capaz de dialogar com as necessidades e saberes dos povos indígenas.

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Edição

N.º 71 (2025): Mobilidade Transatlântica na Nova Geopolítica do Conhecimento: (Inter)Dependências na Educação Superior Brasil/Portugal

Secção

Número especial | Mobilidade Transatlântica na Nova Geopolítica do Conhecimento: (Inter)Dependências na Educação Superior Brasil/Portugal
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Biografias do Autor

Kenia Adriana Reis e Silva, CIIE-Centro de Investigação e Intervenção Educativas, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, Universidade do Porto

Kenia Silva é doutoranda em Ciências da Educação pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP), onde é bolseira de doutoramento pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT, Ref.: 2022.12124.BD). É Coordenadora Científica da Rede Internacional de Pedagogia Feminista Negra. Integra a equipe do projeto de investigação HERSTORY (FCT/Portugal). É investigadora integrada não-doutorada no Centro de Investigação e Intervenções Educativas (CIIE/FPCEUP), em Portugal.

Possui Mestrado em Ciências da Educação pela Universidade do Porto (2020) e Licenciatura em Pedagogia com ênfase em Educação Básica pela Universidade do Estado da Bahia (2006). Especializou-se em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela Faculdade São Bento da Bahia (2011).

No Brasil, atuou como coordenadora pedagógica em escolas situadas em territórios indígenas e quilombolas. Também foi coordenadora pedagógica na Educação de Jovens e Adultos  e formadora no Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), promovendo formação contínua para coordenadores pedagógicos e professores. Ainda, foi diretora do Departamento de Educação Infantil da Secretaria Municipal de Educação, participando no desenvolvimento de políticas públicas educacionais e de projetos estratégicos.

Além de sua experiência em gestão e formação educacional, Kenia tem publicações em revistas científicas, capítulos de livros e eBooks, além de apresentações em conferências nacionais e internacionais. Já foi editora de obras publicadas e organizadora de eventos científicos no Brasil e em Portugal.

Seus interesses de investigação incluem estudos de género, inclusão social e questões étnico-raciais, com um enfoque particular em pedagogias decoloniais e feministas.

Luciana Ribeiro Conz, Universidade Federal de Rondônia – UNIR

Professora efetiva do Departamento de Administração da Fundação Universidade Federal de Rondônia - UNIR - campus Guajará-Mirim. Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade de Fortaleza - UNIFOR. Possui graduação em Psicologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2009) e mestrado em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará (2017). Atualmente está em estágio de Doutorado Sanduíche PDSE/CAPES, na Universidade do Porto, Portugal.Tem experiência na área de Psicologia, Psicologia Social, Saúde Coletiva e Psicologia aplicada à Administração. Assuntos de interesse: Psicologia social, saúde coletiva, feminismos, estudos decoloniais, povos indígenas e originários.

Maria José Magalhães, Centro Interdisciplinar de Estudos de Gênero, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, Universidade do Porto

Concluiu o Doutoramento em Ciências da Educação em 2005 na Universidade do Porto - Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, com uma tese sobre histórias de vida de mulheres com 60 anos sobre as suas experiências e subjetividades após o 25 de Abril. Concluiu a dissertação de mestrado sobre as contribuições do movimento feminista português para a educação (1995). É Professora Auxiliar na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto. Publicou diversos artigos em revistas científicas, livros e capítulos de livros e recebeu 2 prémios.

Coordenou e atualmente coordena projetos internacionais relacionados com violência de género, violência doméstica e feminicídio. Foi Investigadora Principal em vários projetos internacionais, como: Cultural Encounters in Intervention Against Violence (CEINAV); Bonds, Boundaries and Violence: Longitudinal study on school-based violence prevention (BO(U)NDS); Developing bystanders responses to sexual harassment among Young People (BYSTANDERS); FEM_United: Preventing IPV/DV femicide in Europe (FEM_UNITED); ATHENA-BEGIN: prevenindo DV/G-BV contra mulheres e meninas com deficiência intelectual, entre outros.

Tem lecionado diversas disciplinas, tais como: Investigação-Ação em Educação (Licenciatura em Ciências da Educação), História da Educação Contemporânea (Licenciatura em Ciências da Educação), Teoria e História do Género, Corpo e Violência (Mestrado em Ciências da Educação), Violências nos Tempos Contemporâneos (Mestrado em Ciências da Educação), Desconstrução da Cultura Patriarcal para Prevenção da Violência de Género (Mestrado em Ciências da Educação), Género, Feminismo e Educação (módulo do Curso Doutoral em Estudos de Género - CIEG/UL).

Supervisiona e já supervisionou diversas teses de doutoramento e dissertações de mestrado sobre estudos de género, movimento feminista, movimento LGBTIQA+, prevenção da violência de género, estudos visuais feministas, entre outros.

Margarida Louro Felgueiras, CIIE - Centro de Investigação e Intervenção Educativas, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade do Porto

Margarida Maria Pereira Santos Louro Felgueiras Nasceu em 1951 e licenciou-se em História pela FLUP. Ingressou em 1984 na carreira universitária na U.M, foi docente da FLUP e é Prof.ª Associada da FPCE-UP, onde foi coordenadora do Mestrado em Educação e Herança Cultural (2005-2007), é coordenadora do Núcleo Educação, História e Museologia do CIIE. Foi coordenadora da Secção de História da Educação da SPCE (2007-2010) e Coordenadora do VIII Congresso Luso-Brasileiro de História da Educação. Autora do projecto de criação de um Museu Vivo da Escola Primária (PAXIS XXI) a sua actividade abarca a História da Educação, a intervenção cultural no campo da preservação do património e a formação de professores. Autora e investigadora em projectos de pesquisa de âmbito nacional e internacional, privilegia a história social da educação, a cultura material e o quotidiano escolar. Centra os interesses de pesquisa na filantropia em educação, sobretudo nas escolas doadas ao Estado, nas instituições educativas em regime de internato, ensino agrícola e na museologia escolar. Professora visitante na USP, tem realizado seminários e conferências em várias universidades brasileiras. Entre os seus trabalhos recentes conta: Cultura Escolar, Migrações e Cidadania (ed. et al). Porto: SPCE, 2010; Escolas Conde Ferreira (ed. et. al). Sesimbra: Assembleia Municipal de Sesimbra, 2009; Para uma História Social do Professorado Primário em Portugal no Século XX. Porto: Campo das Letras/FPCEUP, 2008; Catálogo Manuais escolares da Biblioteca Pública Municipal do Porto (coord. et al), Porto: Universidade do Porto/Câmara Municipal do Porto, 2008; “Sharing European Cultural Heritage” e “Schools buildings as a context to understand our common past”, in Ferreira, António Gomes; Felgueiras; Margarida Louro(org.), Buildings telling European Heritage. Pedagogical Perspectives. EUBUILDIT – A proposal for teachers and students, Coimbra, UC/CEIS20, 2008.

Susana Coimbra, CPUP-Centro de Psicologia da Universidade do Porto, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, Universidade do Porto

Susana Coimbra é professora na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto desde 1996, onde leciona disciplinas nas áreas de psicologia diferencial e metodologias quantitativas. É membro integrado do Grupo de Investigação Cultura, Normatividade e Diversidade do Centro de Psicologia da Universidade do Porto.

Os seus interesses de investigação incluem resiliência, discriminação e relações familiares intergeracionais de jovens e adultos. Tem participado em projetos e orientado estudos de mestrado e doutoramento que se concentram nos fatores protetores capazes de promover a resiliência em situações de violência e desigualdade, especialmente entre populações em situação de vulnerabilidade (minorias sexuais e de género, migrantes, refugiados e pessoas em situações de pobreza e exclusão social).

Mais recentemente, no âmbito desses projetos, tem utilizado a abordagem metodológica de digital storytelling.

Luciana Maria Maia, Universidade de Fortaleza – UNIFOR

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), mestrado em Psicologia Social pela UFPB e doutorado em Psicologia Social pela UFPB em associação ampla com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Realizou estágio pós-doutoral no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Atualmente, é professora titular da Universidade de Fortaleza (UNIFOR), onde atua como docente e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Coordena o Laboratório de Estudos sobre Processos de Exclusão Social (LEPES) e é membro do Grupo de Trabalho "A Psicologia Social e sua Diversidade Teórico-Metodológica" da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia (ANPEPP). É bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq (Pq2). Suas atividades de ensino, pesquisa e extensão concentram-se no campo da Psicologia Social, com ênfase em estereótipos, preconceito, discriminação contra minorias sociais, processos de exclusão social, relações intergrupais, identidade social e ativismo político. 

Como Citar

Silva, K. A. R. e, Conz, L. R., Magalhães, M. J., Felgueiras, M. L. ., Coimbra, S., & Maia, L. M. (2025). Mobilidade transatlântica e estudos indígenas: Uma análise das teses em Portugal. Educação, Sociedade & Culturas, 71. https://doi.org/10.24840/esc.vi71.1433

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