EDUCAR PARA A CIDADANIA GLOBAL E PARA A DEMOCRACIA: DESAFIOS À FORMAÇÃO DOS PROFESSORES
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Resumo
A Educação para a Cidadania Global (ECG) e a Educação para a Democracia (ED) têmse evidenciado, em anos recentes, como dimensões a consagrar e desenvolver nos currículos reais que as escolas oferecem a crianças, jovens e adultos. Portugal
acompanha esta tendência através da "Estratégia de Educação para a Cidadania", em curso desde 2017. Sob a égide da UNESCO, tanto o Relatório Delors, "Educação: um tesouro a descobrir" (1996), como o recente relatório "Repenser nos futurs ensemble:
un nouveau contrat social pour l'éducation" (2021) convidam a uma reflexão profunda sobre o papel e a ação da escola para um futuro sustentávelda humanidade não apenas nos aspetos físicos, mas também nos dos valores onde cidadania e democracia se
inscrevem. Nenhuma das conceções acima referidas (ECG e ED) são neutras nem incontroversas, havendo diversas formas de as pensar e concretizar. Clarificadas as alternativas possíveis, importa fazer escolhas. Tal clarificação é tão mais importante
quanto todos os que se ocupam destas problemáticas atribuem, em última análise, aos professores enormes responsabilidades pelo êxito da missão. Este artigo é um ensaio sobre os desafios que se colocam à formação dos profissionais de ensino, tanto inicial
como continua, de modo aque os mesmos possam ser atores mais conscientes, empenhados, críticos e criativos no desenvolvimento da ECG e da ED (conceitos que, aliás, não são dissociáveis se não para fins analíticos). O ensaio radicará em resultados de trabalhos de investigação que têm sido produzidos em número crescente, em diversos contextos nacionais, ainda que em Portugal não abundem.