Desocultando o voo das andorinhas: Educação inter/multiculturalcrítica como movimento social

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Stephen R. Stoer

Resumo

Reflectindo, há alguns anos atrás (Stoer, 1992), sobre o súbito desenvolvimento do multiculturalismo e da educação intercultural defendemos que a educação inter/multicultural se tinha colocadona ordem do dia por duas razões. Em primeiro lugar, devido ao fenómeno de globalização: parafraseando Jameson (1984), paradoxalmente, quanto mais as culturas do mundo se aproximam, mais são sensíveis as diferenças entre elas. (…) Em segundo lugar, a educação inter/multicultural ter-se-ia imposto nas agendas devido ao fenómeno do racismo na Europa: a construção da Europa passa por um problema histórico ligado à forte presença dos imigrantes e ao racismo.

##plugins.themes.bootstrap3.displayStats.downloads##

##plugins.themes.bootstrap3.displayStats.noStats##

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Secção

ARTIGOS

Como Citar

Stoer, S. R. (2008). Desocultando o voo das andorinhas: Educação inter/multiculturalcrítica como movimento social. Educação, Sociedade & Culturas, 26, 185-211. https://doi.org/10.24840/esc.vi26.1609

Referências

AMIN, A. (1994). Post fordism: Models, fantasies and phantoms of transition. In A. Amin (Org.), Post-fordism, a reader (pp. 1-39). Oxford: Blackwell.

APPADURAI, A. (1990). Disjuncture and difference in the global cultural economy. In M. Featherstone (Org.), Global culture. Londres: Sage Publications.

APPLE, M. (1998, Fevereiro). Educating the «right» way: Schools and the conservative alliance. Comunicação proferida no III Colóquio sobre Questões Curriculares, «Reflexão e Inovação Curricular». Instituto de Educação e Psicologia

da Universidade do Minho, Braga.

ARCHER, M. (1991). Sociology for one world: Unity and diversity. International Sociology, 6(2), 131-148.

BALIBAR, É. (1991). Es gibt keinen Staat in Europa: Racism and politics in Europe today. New Left Review, 186, 5-19.

BALIBAR, É., & WALLERSTEIN, I. (1991). Race, nation, class, ambiguous identities. Londres: Verso.

BALL, S. J. (1990). Politics and policy making in education. Explorations in policy sociology. Londres: Routledge.

BERNSTEIN, B. (1977). Class, codes and control, Vol. 3 (2ª ed.). Londres: Routledge & Kegan Paul.

BERNSTEIN, B. (1982). A educação não pode compensar a sociedade. In S. Grácio & S. R. Stoer (Orgs.), Sociologia da Educação, Vol. II (pp. 19-31). Lisboa: Livros Horizonte.

BERNSTEIN, B. (1990). The structuring of pedagogic discourse, Vol. IV, Class, codes and control. Londres: Routledge.

BOURDIEU, P. (1998). Le mythe de la «mondialisation» et l’État social européen. In P. Bourdieu, Contre-feux. Paris: Faber.

BREINES, W. (1980). Community and organization: The new left and Michel’s «iron law». Social Problems, 27(4), 419-429.

COLLINS. R. (1977). Functional and conflict theories of educational stratification. In J. Karabal & A. H. Halsey (Orgs.), Power and ideology in education (pp. 118-137). Nova Iorque: Oxford University Press.

CORREIA, J. A. (1998). Para uma teoria crítica em educação. Porto: Porto Editora.

CORTESÃO, L. (1998). Práticas educativas face à diversidade e investigação-acção. Relatório para provas de agregação, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, Porto.

CORTESÃO, L. et al. (2000). Nos bastidores da formação: Contributo para o conhecimento da situação actual da formação para a diversidade cultural em Portugal. Lisboa: Celta Editora.

CORTESÃO, L., & STOER, S. R. (1997b). Investigação-acção e a produção de conhecimento no âmbito de uma formação de professores para a educação intercultural. Educação, Sociedade & Culturas, 7, 7-28.

CORTESÃO, L., & STOER, S. R. (1999). Acerca do trabalho do professor: Da tradução à produção do conhecimento do processo educativo. Revista Brazileira de Educação, 11, 33-45.

CORTESÃO, L., & STOER, S. R. (no prelo). Navegando à bolina. A diversidade como recurso na educação inter/multicultural crítica. Porto: Edições Afrontamento.

DALE, R. (1988). A educação e o estado capitalista: Contribuições e contradições. Educação e Realidade, 13(1), 17-37.

DALE, R. (1994). A promoção do mercado educacional e a polarização da educação. Educação, Sociedade & Culturas, 2, 109-139.

DALE, R. (2000). Globalization and education: Demonstrating a «common world educational culture» or locating a «globally structured educational agenda»? Educational Theory, 50(4), 427-448.

DOMINGOS, A. M., BARRADAS, H., RAINHA, H., & NEVES, I. P. (1986). A teoria de Bernstein em sociologia da educação. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

FOWLER, B. (1996). An introduction to Pierre Bourdieu’s «understanding». Theory, Culture & Society, 13(2), 1-16.

GIDDENS, A. (1990). The consequences of modernity. Cambridge: Cambridge Polity Press.

GOULDNER, A. W. (1973). For sociology. Londres: Penguin Books.

HARVEY, D. (1989). The condition of postmodernity: An inquiry into the origins of cultural change. Oxford: Basil Blackwell.

JAMESON, F. (1984). Postmodernism of the cultural logic of late capitalism. New Left Review, 146, 53-92.

JOHNSON, R. (1979). «Really useful knowledge»: Radical education and the working class. In J. Clarke, C. Critcher & R. Johnson (Orgs.), Working class culture: Studies in history and theory. Londres: Hutchinson Education.

JOHNSON, R. (1981). Education and popular politics. Block I, Unit 1, E353 Society, education and the State. Milton Keynes: The Open University Press.

KALDOR, M. (1995). European institutions, Nation-states and nationalism. In D. Archibugi & D. Held (Orgs.), Cosmopolitan democracy (pp. 68-95). Cambridge: Cambridge Polity Press.

MAGALHÃES, A. M., & STOER, S. R. (1998). Orgulhosamente filhos de Rousseau. Porto: Profedições.

MATEUS, A. (1994). Exclusão social latente (texto policopiado).

MESQUITA, L. (1998). A educação e o desenvolvimento económico: Natureza presente de uma relação. Dissertação de Mestrado, Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa.

MOHANTY, S. P. (1989). Us and them: On the philosophical bases of political criticism. Yale Journal of Criticism, 2(2), 1-31.

MÓNICA, M. F. (1997). Os filhos de Rousseau. Ensaios sobre os exames. Lisboa: Relógio D’Água.

PARSONS, T. (1959). The school class as a social system. Harvard Educational Review, 29(4), 297-318.

PERESTRELO, F. (1998). Gerir a diversidade no quotidiano da sala de aula como realidade culturalmente heterogénea e contraditória. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, Porto.

REX, J. (1988). Raça e etnia. Lisboa: Editorial Estampa.

SANTOS, B. S. (1985). On modes of production of law and social power. International Journal of the Sociology of Law, 13, 299-336.

SANTOS, B. S. (1988). O social e o político na transição post-moderna. Comunicação e Linguagens, 67, 25-48.

SANTOS, B. S. (1991). Subjectividade, cidadania e emancipação. Revista Crítica de Ciências Sociais, 32, 135-191.

SANTOS, B. S. (1995a). Toward a new common sense: Law, science and politics in the paradigmatic transition. Nova Iorque: Routledge.

SANTOS, B. S. (1995b, Setembro). A construção multicultural da igualdade e da diferença. Palestra proferida no VII Congresso Brasileiro de Sociologia. Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.

SANTOS, B. S. (1998). Reinventar a democracia. Lisboa: Fundação Mário Soares/Gradiva Publicações.

SERRA, C. (1998). Estigmatizar e desqualificar. Casos, análises, encontros. Maputo: Livraria Universitária da Universidade Eduardo Mondlane.

STOER, S. R. (1986). Educação e mudança social em Portugal. 1970-1980, uma década de transição. Porto: Edições Afrontamento.

STOER, S. R. (1992). A reforma educativa e a formação inicial e contínua de professores em Portugal: Perspectivas inter/multiculturais. In A. Nóvoa & T. S. Popkewitz (Orgs.), Reformas educativas e formação de professores. Lisboa: Educa.

STOER, S. R. (1994a). Construindo a escola democrática através do «campo da recontextualização pedagógica». Educação, Sociedade & Culturas, 1, 7-27.

STOER, S. R. (1994b). O Estado e as políticas educativas: Uma proposta de mandato renovado para a Escola Democrática. Revista Crítica de Ciências Sociais, 40, 3-33.

STOER, S. R., & ARAÚJO, H. C. (1992). Escola e aprendizagem para o trabalho num país da semiperiferia europeia. Lisboa: Edições Escher.

STOER, S. R., & CORTESÃO, L. (1995). Critical inter/multicultural education and the process of transnationalisation: A view from the semiperiphery. Journal of Education Policy, 10(4), 373-384.

STOER, S. R., & CORTESÃO, L. (1999a). Levantando a pedra. Da pedagogia inter/multicultural às políticas educativas numa época de transnacionalização. Porto: Edições Afrontamento.

STOER, S. R., & CORTESÃO, L. (1999b). The reconstruction of home/school relations: Portuguese conceptions of the «responsible parent». International Studies in Sociology of Education, 9(1), 23-38.

STOER, S. R., & CORTESÃO, L. (2000). Multiculturalism and educational policy in a global context (european perspectives). In N. Burbules & C. Torres (Orgs.), Critical political concepts in the globalization of education (pp. 253-274). Nova Iorque: Routledge.

STOER, S. R., CORTESÃO, L., & MAGALHÃES, A. (1998). A questão da impossibilidade racional de decidir e o despacho sobre os currículos alternativos. In A. Estrela & J. Ferreira (Orgs.), A decisão em educação: Actas do VII Colóquio Nacional da AIPELF/AFIRSE (pp. 201-215). Lisboa: Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Lisboa.

STOER, S. R., & DALE, R. (1999). Apropriações políticas de Paulo Freire: Um exemplo da revolução portuguesa. Educação, Sociedade & Culturas, 11, 67-81.

TORRES, C. A. (1999). Entrevista à Página. Jornal A Página, 1 de Janeiro, 8-10.

TOURAINE, A. (1995). Qué es una sociedad multicultural? Falsos e verdaderos problemas. Claves de Razón Prática, 56, Outubro, 14-25.

TOURAINE, A. (1997). Pourrons-nous vivre ensemble? Égaux et diffèrents. Paris: Fayard.

TOURAINE, A. (1998a, Julho). Do social movements exist? Comunicação apresentada no XIV Congresso da Associação Internacional de Sociologia. Montreal.

TOURAINE, A. (1998b). Iguais e diferentes. Poderemos viver juntos? Lisboa: Instituto Piaget.

WADE, R. (1996). Japan, the World Bank and the art of paradigm maintenance: The East Asian Miracle in political perspective. New Left Review, 271, 3-36.

WALLERSTEIN, I. (1988). The bourgeois(ie) as concept and reality. New Left Review, 167, 91-106.

WALLERSTEIN, I. (1991). Geopolitics and culture. Essays on the changing world-system. Cambridge: Cambridge University Press.

WALLERSTEIN, I. (1998). Utopistics. Or, historical choices of the twenty-first century. Nova Iorque: The New Press.

WHITTY, G. (1996). Autonomia da escola e a escolha parental: Direitos do consumidor versus direitos do cidadão na política educativa contemporânea. Educação, Sociedade & Culturas, 6, 115-139.

WIEVIORKA, M. (1995). Racism and social movements. In L. Maheu (Org.), Social movements and social classes (pp. 87-106). Londres: Sage Publications.

WIEVIORKA, M. (1999). Será que a resposta é o multiculturalismo? Educação, Sociedade & Culturas, 12, 7-46.

World Bank (1980). Education: Sector policy paper. Washington DC: World Bank.

World Bank (1995). Priorities and strategies for education: A World Bank review. Washington DC: World Bank.