Mulheres na universidade
Ações afirmativas e justiça cognitiva
DOI:
https://doi.org/10.34626/esc.vi56.32Resumo
As políticas de discriminação positiva implementadas nas universidades públicas brasileiras, que englobam os aspectos étnico-raciais, socioeconômicos e origem escolar, têm favorecido o ingresso de estudantes de matriz popular e, particularmente, de mulheres, segmento que já é maioria na educação superior do país. Nessa perspectiva, a pesquisa teve por objetivo analisar os resultados das Políticas de Ações Afirmativas (PAA) implementadas na Universidade Federal da Bahia (UFBA), à luz do conceito de justiça cognitiva e sua contribuição para a efetiva democratização do ensino superior, com foco específico no público feminino. O presente estudo é parte do Programa de Desenvolvimento Acadêmico Abdias Nascimento (CAPES/MEC), que tinha como meta analisar os efeitos da expansão da educação superior no Brasil a partir das PAA. Trata-se de uma investigação qualitativa com base em entrevistas de cunho narrativo, realizadas com estudantes de diferentes áreas de conhecimento. A análise dos resultados aponta para distintos aspectos que permeiam o processo de afiliação acadêmica à universidade: estereótipos, preconceitos, discriminações, diversidade, inclusão, saberes femininos, dentre outros. A partir da participação de universitárias negras e pobres, são abordadas experiências e reflexões subalternas e marginais, porque excluídas e silenciadas, como é o caso do conhecimento gerado pelas mulheres no âmbito do conhecimento tradicional.
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